Por Jussara Veloso – Coordenadora da Igualdade Racial de Parnamirim/RN
O projeto Se Cuida, Parnamirim representa mais do que um espaço de atividade física: é um território de cuidado coletivo, escuta e afirmação. Quando mulheres se reúnem à noite para dançar, ocupar ruas e praças com seus corpos livres, estamos falando também de segurança, saúde mental e autonomia. Para as mulheres negras, esse ato ganha ainda mais força: historicamente silenciadas, elas agora se expressam com alegria, ritmo e resistência.
Neste mês de julho, em que celebramos a luta e o legado das mulheres negras latino-americanas e caribenhas, bem como a memória de Tereza de Benguela, símbolo de liderança e resistência do povo negro no Brasil, refletimos sobre o poder do autocuidadocomo instrumento político. A participação das mulheres negras no Se Cuida, Parnamirim é expressão viva de resistência: corpos que se movimentam, que ocupam espaços e que afirmam seu direito ao bem viver.
Como Coordenadora da Igualdade Racial, celebro cada passo dado, cada roda formada, cada mulher que transforma o cuidado em potência. Que o projeto continue crescendo e inspirando outras iniciativas de saúde, cultura e inclusão, especialmente aquelas que colocam as mulheres negras no centro da transformação. Porque quando uma mulher negra se cuida, ela cuida de toda a sua história – e fortalece toda uma comunidade.